sábado, 15 de outubro de 2016

Mandala a relação entre o Homem e o Cosmos

Mandala (em Sânscrito, nome dado à antiga língua dos brâmanes, classe de sacerdotes de Brama, a primeira e mais elevada das castas indianas, significa círculo.
Trata-se de uma representação geométrica da dinâmica relação entre o homem e o cosmo. De fato, toda mandala é a exposição plástica e visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço sagrado e atualização de um tempo divino.
No tantrismo (crenças e ritos do hinduísmo e budismo), compõe-se de círculos e quadrados, concêntricos (ou seja, com um centro comum) que formam uma imagem simbólica do mundo e que servem de instrumento para meditação.
Nas sociedades primitivas, o ciclo cósmico, que tinha a imagem de uma trajetória circular (circunferência), era identificado como o ano.
O simbolismo da santidade e eternidade do templo aparece claramente na estrutura mandálica dos santuários de todas as épocas e civilizações. Uma vez que o plano arquitetônico do templo é obra dos deuses e se encontra no centro muito próximo deles, esse lugar sagrado está livre de toda corrupção terrestre.
Daí a associação dos templos às montanhas cósmicas e a função que elas exercem de ligação entre a Terra e o Céu, como exemplo, temos a enorme construção do templo de Borobudur, em Java, na Indonésia.
Outros exemplos que podemos citar são as basílicas e catedrais cristãs da Igreja primitiva, concebidas como imitação da Jerusalém Celeste, representando uma imagem ordenada do cosmos, do mundo.

O Centro do Mundo
A mandala como simbolismo do centro do mundo dá forma não apenas às cidades, aos templos e aos palácios reais, mas também a mais modesta habitação humana. A morada das populações primitivas é comumente edificada a partir de um poste central e coloca seus habitantes em contato com os três níveis da existência: inferior, médio e superior.
A habitação, para elas, não é apenas um abrigo, mas a criação do mundo que elas, imitando os gestos divinos, devem manter e renovar, assim, a mandala representa, para o homem, o seu abrigo interior, onde se permite um reencontro com Deus
Se pensar, por exemplo, no símbolo taoista (religião originária na China) do yin e yang, no calendário Maia, nos mantras indianos, nas composições tibetanas com areia, nas rosáceas da Catedral de Chartres, na França, em alguns símbolos celtas, tudo isso são mandalas.
A própria natureza também nos brinda com belíssimas mandalas, como é o caso de algumas flores, frutos e até células, por exemplo, quando corta uma laranja ao meio, os gomos concêntricos de cada metade formam uma mandala, simples é certo, mas não deixa de o ser.

Pintar Mandalas para harmonizar a nossa energia
Através dos elementos que as compõem e da energia implícita, as mandalas possibilitam um trabalho interno muito profundo, atuando sobre os nossos hemisférios cerebrais, influenciando a nossa mente e as nossas emoções, ao mesmo tempo que vão contribuindo para a harmonização da nossa energia.

Fique então a saber que, ao colorir ou desenhar mandalas, está a fazer um ótimo exercício de introspeção e meditação com efeito terapêutico, ajudando a libertar o stress, a obter autodisciplina, autoestima, autoafirmação e paz interior, para além de também trabalhar a sua criatividade.
A partir do momento em que se consciencialize desta dinâmica, passará a ter um papel mais ativo e positivo no seu equilíbrio, autoaperfeiçoamento e crescimento como ser fantástico que é.
Desengane-se quem pensa que colorir é só para crianças, isso é um preconceito sem fundamento, o efeito relaxante e terapêutico é bom para todos.
No caso das crianças, apenas se recomenda que, se usadas numa perspetiva essencialmente terapêutica, o façam a partir dos 7 anos, havendo já muitas escolas, psicólogos, terapeutas e pais que o fazem com grande sucesso.  

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