Mandala
(em Sânscrito, nome dado à antiga língua dos brâmanes, classe de
sacerdotes de Brama, a primeira e mais elevada das castas indianas,
significa círculo.
Trata-se
de uma representação geométrica da dinâmica relação entre o
homem e o cosmo. De fato, toda mandala é a exposição plástica e
visual do retorno à unidade pela delimitação de um espaço sagrado
e atualização de um tempo divino.
No
tantrismo (crenças e ritos do hinduísmo e budismo), compõe-se de
círculos e quadrados, concêntricos (ou seja, com um centro comum)
que formam uma imagem simbólica do mundo e que servem de instrumento
para meditação.
Nas
sociedades primitivas, o ciclo cósmico, que tinha a imagem de uma
trajetória circular (circunferência), era identificado como o ano.
O
simbolismo da santidade e eternidade do templo aparece claramente na
estrutura mandálica dos santuários de todas as épocas e
civilizações. Uma vez que o plano arquitetônico do templo é obra
dos deuses e se encontra no centro muito próximo deles, esse lugar
sagrado está livre de toda corrupção terrestre.
Daí
a associação dos templos às montanhas cósmicas e a função que
elas exercem de ligação entre a Terra e o Céu, como exemplo, temos
a enorme construção do templo de Borobudur, em Java, na Indonésia.
Outros
exemplos que podemos citar são as basílicas e catedrais cristãs da
Igreja primitiva, concebidas como imitação da Jerusalém Celeste,
representando uma imagem ordenada do cosmos, do mundo.
O
Centro do Mundo
A
mandala como simbolismo do centro do mundo dá forma não apenas às
cidades, aos templos e aos palácios reais, mas também a mais
modesta habitação humana. A morada das populações primitivas é
comumente edificada a partir de um poste central e coloca seus
habitantes em contato com os três níveis da existência: inferior,
médio e superior.
A
habitação, para elas, não é apenas um abrigo, mas a criação do
mundo que elas, imitando os gestos divinos, devem manter e renovar,
assim, a mandala representa, para o homem, o seu abrigo interior,
onde se permite um reencontro com Deus
Se
pensar, por exemplo, no símbolo taoista (religião originária na
China) do yin e yang, no calendário Maia, nos mantras indianos, nas
composições tibetanas com areia, nas rosáceas da Catedral de
Chartres, na França, em alguns símbolos celtas, tudo isso são
mandalas.
A
própria natureza também nos brinda com belíssimas mandalas, como é
o caso de algumas flores, frutos e até células, por exemplo, quando
corta uma laranja ao meio, os gomos concêntricos de cada metade
formam uma mandala, simples é certo, mas não deixa de o ser.
Pintar
Mandalas para harmonizar a nossa energia
Através
dos elementos que as compõem e da energia implícita, as mandalas
possibilitam um trabalho interno muito profundo, atuando sobre os
nossos hemisférios cerebrais, influenciando a nossa mente e as
nossas emoções, ao mesmo tempo que vão contribuindo para a
harmonização da nossa energia.
Fique
então a saber que, ao colorir ou desenhar mandalas, está a fazer um
ótimo exercício de introspeção
e meditação com efeito terapêutico, ajudando a libertar o stress,
a obter autodisciplina, autoestima, autoafirmação e paz interior,
para além de também trabalhar a sua criatividade.
A
partir do momento em que se consciencialize desta dinâmica, passará
a ter um papel mais ativo e positivo no seu equilíbrio,
autoaperfeiçoamento e crescimento como ser fantástico que é.
Desengane-se
quem pensa que colorir é só para crianças, isso é um preconceito
sem fundamento, o efeito relaxante e terapêutico é bom para todos.
No
caso das crianças, apenas se recomenda que, se usadas numa
perspetiva essencialmente terapêutica, o façam a partir dos 7 anos,
havendo já muitas escolas, psicólogos, terapeutas e pais que o
fazem com grande sucesso.
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